Na avaliação de Abimael Cereda Júnior, doutor em Engenharia Urbana pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a evolução dos aplicativos de GPS representa uma “revolução” para os usuários em geral, que ainda estão em “processo de adaptação” em relação a riscos e benefícios.
Ele lembrou que, há pouco tempo, os motoristas dependiam de livros extensos com mapas impressos e ilustrados com ruas e avenidas. Afirmou ainda que a navegabilidade por GPS já gerou problemas em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, um homem morreu depois de cair em um lago ao seguir rota traçada por um aplicativo.
“De 2000 para cá, praticamente toda a população ganhou acesso a esse tipo de recurso. Antes a gente tinha, no máximo, mapas em listas telefônicas ou naqueles guias de ruas que deixava no carro. O que está acontecendo, de uma maneira mais ampla, é uma mudança de cultura. Ou seja, como nós nos relacionamos com essa tecnologia. As pessoas ainda estão se adaptando. Elas acham que navegação por GPS é um guia espiritual e estão usando dessa forma”, afirmou.
Para ele, empresas como Waze e Google já estão investindo em coleta e integração de base de dados, com objetivo de melhorar a experiência do usuário. Mas há uma barreira neste processo, já que as iniciativas partiriam apenas dos próprios provedores de tecnologia ou dos usuários por meio de redes colaborativas.
“Tudo é integrável, mas não pode estar em um modelo definido apenas pelas empresas. Isso passa por gestão de políticas públicas. Na verdade, se a gente tem acesso a esses dados e eles estão integrados, essa base pode ser utilizada não só para navegação automotiva, mas também para direcionar políticas públicas e entender os motivos pelos quais essas regiões são tão perigosas.”