João Paulo Sardinha
São José dos Campos
O despertador dá a largada ao novo dia. Antes de pular da cama, uma rápida checada no smartphone. No banheiro, enquanto se apronta para a caminhada, confere a previsão do tempo passando o dedo pela tela. Certo da manhã ensolarada, dá o ‘start’ no aplicativo que marca a distância percorrida na atividade física. Compartilha os dados no Facebook.
Chama o táxi pelo aplicativo e chega à empresa em 20 minutos. Graças ao caminho indicado no GPS do taxista!
Todas essas atividades cotidianas têm um ponto em comum: a inteligência geográfica. O que pouca gente sabe é que, por trás disso tudo, está uma empresa de São José, especializada em criar tecnologias de geolocalização.
Com 230 funcionários, a ‘Imagem’ é uma referência no mundo quando o assunto é criação de mapas.
“Quando entrei na graduação em geografia, em 2000, fiz um trabalho de campo e o professor não deixou a gente manusear o GPS. Era um equipamento muito caro, muito restrito. Hoje, é difícil você encontrar um smartphone sem GPS”, conta o geógrafo Abimael Cereda Junior, gerente da empresa sediada em São José, com escritórios no Rio de Janeiro e em Brasília.
Mundo Tec. Cereda explica que tudo envolve mapas atualmente. Desde a publicidade que você recebe na internet até a previsão do tempo consultada na internet antes da viagem de fim de semana.
“O mapa tanto pode ser usado para te oferecer um produto quanto para te avisar de uma área com risco de inundação na sua cidade”, diz.
“Hoje, você sai de Taubaté e esquece seu GPS desligado. Quando você o liga em São José, ele se ajusta ao seu local atual. Essa relação com o mapa é inédita, porque ele sempre foi algo estático, geralmente na parede”, diz o geógrafo, há dois anos na empresa.
Referência. A ‘Imagem’ foi criada em 1986 por pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) interessados em usar imagem de satélite para fins comerciais.
Em 2006, a empresa joseense se uniu à norte-americana Esri, líder no mercado de GPS. Dessa união, saem produtos que diariamente interferem na vida do cidadão brasileiro. Seja pelo aplicativo de celular, seja em pesquisas para órgãos públicos ou privados.
Em São José, a empresa tem uma unidade no Jardim Paulista e outra no Parque Tecnológico. Neste segundo local, divide espaço com outras empresas inovadoras ou órgãos públicos de tecnologia que fazem produtos para o cotidiano das pessoas. Mesmo que elas nem percebam.
Celeiro. Além da Imagem, o Parque Tecnológico está cheio de ‘cases’ de sucesso.
Neste mês, por exemplo, a Athos, faturou o Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas.
A empresa, que desenvolveu um software de gestão e automação comercial para pequenos e médios comerciantes e varejistas, foi campeã entre mais de 34 mil empresas inscritas no concurso.
“São José tem um ambiente corporativo e tecnológico bem desenvolvido, além de mão de obra de qualidade. Não poderíamos ter escolhido um lugar melhor para evoluir nosso projeto de empresa”, disse Rodrigo Freitas, diretor da Athos, que começou em Caraguá e está há três anos na cidade.
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