[Minha livre interpretação surgida entre o caminho de casa/trabalho ouvindo “O Preço”, composição de Humberto Gessinger]
Não sei a soma exata, só a ordem de grandeza. HG & PG, 2002.
No mundo das ideias e de suas construções, principalmente no ‘rito científico’, não é difícil nos atermos a conceitos e ditos paradigmas que prejudicam o livre pensar e anulam a quebra do momentum.
Em noites em claro, noites que passaram e noites que virão, ideias surgem e são apagadas instantaneamente, como uma luz se apaga em frente ao seu território da elucubração e inflexão intelectual.
Catequizados para “sempre em frente”, a ciência, os paradigmas, nossos alívios mentais nos aconselham assim; contudo, fora das redes de proteção do academicismo, já é pré-anunciada que tais ideias ficarão para trás.
Limitamos nossas ideias e a produção do conhecimento pois, afinal de contas, somos refutados por nossos orientadores mentais e bancas pré-concebidas em nossa mente, afinal só se vive uma vez – ou só se tem um lattes.
Do arrebatamento de uma nova visão de mundo para o caos em sua construção teórico-metodológica, as amarras da pretensa liberdade – ou chaves da prisão – nos impelem a viver o despertar da crítica.
As ideias não vivem somente uma vez: elas permanecem etéreas, sobrevoando e sendo internalizadas por aqueles que buscam conhecimento – conhecimento este que se transformará em Inteligência.
O preço que se paga sempre é alto ao tentar ir contra o status quo; mais alto é o preço pelos tropeços (peccatum) na busca pelo carpe diem das ideias descartadas, dos modismos e conceitos descartáveis, dos ajustes e desmandos dos projetos; esquecemos que ao desviar do rumo, perder a linha de fé, podemos encontrar novas respostas e novos horizontes.
Contudo… nada de anormal.. amanhã, ela vai voltar. A produção, as ideias, a construção da argumentação científica. Mas enquanto isto, continuamos pagando pelo desacordo com os rumos do meio técnico-científico-informacional. Sim, a própria Ciência que nos liberta, nos aprisiona.
Mais uma luz se apaga; mais uma ideia está solta por aí. Parece liberdade? Mas é só a solidão de uma ideia que não se materializará em palavras, sons e arte; em mudanças, realizações e transformações. Agora ela é sua: sublime as grades da prisão, pois nada nos protege de uma vida sem sentido.
O que há de mais moderno ainda é um sonho muito antigo;
e o que há de mais seguro também corre perigo. HG & PG, 2002
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